Frente Parlamentar pela Sustentabilidade discute destino do Vale do Anhangabaú
A Frente Parlamentar pela Sustentabilidade continuou hoje (5) a discussão sobre o projeto de revitalização do Vale do Anhangabaú, iniciada na reunião de 15 de outubro. Este segundo encontro foi agendado para que alguns inscritos que não conseguiram falar na primeira oportunidade fossem ouvidos.
O arquiteto Luiz Eduardo Brettas, juntamente com Mario Reali, ambos da SP Urbanismo, órgão responsável pela iniciativa, fizeram uma apresentação do projeto, que inclui a requalificação do Centro, com a recuperação dos bulevares das ruas Formosa e Anhangabaú, além do plantio e remanejamento de 480 árvores. Os R$ 100 milhões que serão investidos virão da Operação Urbana do Centro e resultarão também em 1,5 mil bancos, banheiros, quiosques de serviços, restaurantes, bancas e os pontos de ônibus, construídos em túneis subterrâneos.
Brettas explicou ainda que “as palmeiras imperiais que existem na Praça Ramos serão todas mantidas”.
Reali lembrou que a preocupação da Prefeitura é a “revitalização e requalificação do centro da cidade”, transformando-o num espaço cultural da cidade e num centro de espaço de identidade paulistana.
Contudo, nas participações posteriores à apresentação foi consenso que o projeto é um investimento desnecessário. Robson Mendonça, do Movimento Estadual de População de Rua de São Paulo, ressaltou que “o Vale precisa de zeladoria, não de reforma!”. A crítica foi rebatida por Reali, que garantiu que “o Anhangabaú tem problemas sérios de infraestrutura e carece de reformas estruturais”.
O vereador Ricardo Young (PPS) argumentou que um projeto como este, que impacta um espaço público importante da cidade, precisaria ser construído com mais diálogo com a população. “Sou radicalmente contra o projeto. Não houve Audiências Públicas, não se ouviu ninguém. O Vale do Anhangabaú é da cidade. Se eu pudesse, barraria o projeto”, enfatizou.
Os representantes da SP Urbanismo explicaram que ainda há tempo para este diálogo e se comprometeram a agendar dois encontros em que o projeto será apresentado à população.
