Parque dos Búfalos e o Vale do Anhangabaú em pauta na Frente Parlamentar pela Sustentabilidade

Frente pela Sustentabilidade

A polêmica envolvendo o espaço chamado de Parque dos Búfalos, região à beira da represa Billings, foi tema da reunião de ontem (15) da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade. A construção de 193 torres residenciais do Programa Minha Casa Minha Vida na área, em que movimentos ambientalistas dizem existir ao menos oito nascentes, já foi assunto de outras reuniões da Frente e o objetivo deste novo debate foi atualizar os parlamentares em relação ao impasse, que envolve os poderes municipal, estadual e federal.

Membros da Comissão de Defesa do Parque dos Búfalos alertaram que a terraplanagem da área já começou. Eles denunciaram ainda que árvores têm sido queimadas durante as madrugadas. “É uma área de manancial, portanto, protegida por lei. Além disso o projeto aumenta ainda mais a densidade populacional de uma área que conta com poucos equipamentos públicos”, alertou Wesley Rosa.

Eles trouxeram ainda uma nova preocupação, relacionada à proteção de ninhos de corujas buraqueiras, que vêm sendo soterrados de maneira indiscriminada pelo início das obras de terraplanagem do terreno. “Compromete a reprodução das aves”, alertou Rosa.

O vereador Ricardo Young (PPS), vice-presidente da Frente, informou que já foram enviados ofícios aos órgãos de proteção ambiental do Estado e da Prefeitura pedindo providências urgentes em relação às corujas. A Frente também vai encaminhar ofício em nome de seus 11 vereadores pedindo esclarecimentos aos órgãos sobre o que deve ser feito.

Outro ponto tratado na reunião foi o projeto de revitalização do Vale do Anhangabaú. O arquiteto Luiz Eduardo Brettas apresentou o projeto da Prefeitura, que prevê a requalificação do Centro, com a recuperação dos bulevares das ruas Formosa e Anhangabaú. Brettas esclareceu que não existe no projeto um espelho de água, aspecto do projeto que tem sido criticado pela população. “O que existe é a introdução de um elemento lúdico no projeto para melhorar o microclima do local. A água viria de reservatórios localizados embaixo do Vale e os mesmos bicos que espirrariam a água seriam os responsáveis pelo reaproveitamento dela”, explicou.

O projeto prevê ainda a introdução de 480 árvores, além das palmeiras imperiais da Praça Ramos, que não serão tocadas, 1500 bancos, banheiros, quiosques de serviços, restaurantes, bancas e os pontos de ônibus, que seriam feitos em túneis subterrâneos. O orçamento previsto é de R$ 100 milhões.

Marco Antonio Ramos de Almeida, da organização Viva o Centro, criticou a ideia. Para ele, “o Vale do Anhangabaú está abandonado atualmente e não precisa de reurbanização, só de manutenção! Não há razão para o uso de tanto recurso nesta obra, existem coisas muito mais importantes e urgentes para se fazer no centro antes do Anhangabaú”, protestou.

Esta visão de obra desnecessária foi compartilhada por Michel Gorski, arquiteto que participou da equipe que criou do projeto do atual Anhangabaú. Para ele, quebrar toda a obra para revitalizar é desnecessário. “O Vale deve receber foodtrucks e a Prefeitura precisa dar incentivos para os donos dos prédios do entorno para revitalizar os seus espaços”, sugeriu.

O assunto não se esgotou e os vereadores concordaram em continuar tratando da revitalização do Anhangabaú na próxima reunião da Frente Parlamentar, no dia 5 de novembro.

Veja tudo o que aconteceu na ata da reunião: http://on.fb.me/1OxKWEN

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