Ricardo Young fala sobre a polêmica do Uber e da criação de novos cargos na Câmara Municipal

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Ricardo Young fala sobre a polêmica do Uber e da criação de novos cargos na Câmara Municipal

O vereador Ricardo Young (PPS) falou hoje (4) em Plenário sobre o conflito Uber x Táxis na cidade de São Paulo e sobre a lei que criou novos cargos de assessoria na Câmara. Young apoiou o Movimento Minha Sampa, que organizou um protesto contra a medida que aumenta as despesas municipais.

Leia na íntegra:

“Em primeiro lugar, eu ouvi com muita atenção a leitura do vereador Mário Covas (PSDB) fez do manifesto de vocês (Minha Sampa) e eu acho que esse documento vem em boa hora. Ele vem em boa hora porque nós que estamos com mandato, não podemos esquecer que nosso mandato emana dos eleitores. Nós estamos vivendo um momento de grande crise da classe política, uma crise tão grande que na última pesquisa do IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município), da Rede Nossa São Paulo, a Câmara e o Tribunal de Contas do Município foram avaliados como as piores instituições da cidade. Eu que estou aqui dentro sei que isso não é verdade e não é demagogia. Essa Câmara precisa ser honrada pela qualidade dos funcionários que tem; pela qualidade do corpo de procuradores; pela qualidade dos assessores que estão nos gabinetes e pela qualidade de muitos dos vereadores que estão aqui.

Agora, nós como vereadores, precisamos nos preocupar em enviar para para o eleitor e para a sociedade sinais de que nós estamos preocupados com o dinheiro público, de que nós não legislamos em causa própria, que nós não estamos aqui como um emprego e sim a serviço dos interesses da cidade. Quando uma lei como essa é aprovada, eu entendo perfeitamente o desconforto. Respeito e já dialoguei com o presidente sobre as razões colocadas e com alguns dos líderes. Mas, se tudo isso que o presidente colocou for verdade, nós deveríamos votar isso para a próxima legislatura. Não para essa legislatura! Porque fica evidente que os gabinetes estão se beneficiando desta circunstância. E o pior: é que estão se beneficiando também às custas dos nossos assessores. Porque, se não haverá o aumento de verba de gabinete, de onde é que sairá o recurso para pagar os novos contratados? Certamente sairá do salário dos assessores que estão hoje trabalhando ou sairá da demissão dos cargos que restarem em função da demissão de assessores. Então, eu posso dizer aos colegas vereadores, porque tenho conversado com a Casa, que esta medida é muito antipática! Ela é antipática internamente e para os eleitores. Reconheço que os mandatos aqui têm características diferentes e que suas necessidades são diferentes. Mas nós vereadores não podemos nos aproveitar de dinheiro público para antecipar um processo eleitoral onde aqueles que não são vereadores e não têm condições de contratar pessoas vão ter que concorrer conosco nas próximas eleições! E depois as pessoas se perpetuam no poder e não sabemos o porquê!

Então eu queria parabenizar os movimentos, porque vocês estão exercendo o controle social sobre a Câmara e é isso que nós precisamos para poder elevar a qualidade da política exercida aqui.

O segundo ponto que eu queria colocar é a questão dos taxistas. Alguns de vocês estiveram presentes agora no Colegio de Líderes. Eu queria dizer que temas como esses, do sistema de transporte individual em São Paulo, que envolve milhares de taxistas, suas famílias; mas também envolve aqueles motoristas profissionais que estão desempregados; mas que também envolve esses novos sistemas de tecnologia que estão surgindo, não podem ser tratados de forma superficial! Não podem ser tratados como se fosse um Fla-Flu. A política já nos ensinou que apostar no conflito é derrota para todos os lados!

Você tem uma vitória episódica, momentânea, mas a longo prazo a guerra é perdida. Porque o que está sendo questionado não é Uber, não são os taxistas, é um sistema que não serve mais aos interesses do usuário! Nós vamos fechar os olhos para o usuário?! Vamos ouvir o usuário! O usuário quer sistemas de transporte público individualizados, cada vez mais modernos, mais confortáveis, para poder deixar o carro em casa! Que é o que nós precisamos: que as pessoas deixem o carro em casa, usem mais táxi, usem muito mais transporte público. Então eu queria pedir um pouco de paciência para os taxistas e dizer para vocês que esse tema está sendo encaminhado aqui nesta Casa com a maior responsabilidade! Nós temos a responsabilidade de pensar pelo todo. E não ceder a situações ocasionais ou oportunismos eleitorais, o que forem! E não estou acusando ninguém de fazer isso. Nós temos essa responsabilidade e a lei existe e precisa ser cumprida!

Vamos cobrar do prefeito, infelizmente não posso falar mais, mas eu queria passar esse recado para vocês. Muito obrigado!”

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