Crise hídrica: Por que não podemos apenas culpar os céus?

Ricardo Young

Visitei em outubro a Aquapolo, organização que desde 2012 produz água de reúso para abastecer as indústrias do polo petroquímico de Capuava, na região metropolitana de São Paulo.

Fruto de uma pareceria entre a Sabesp e a Foz do Brasil (empresa do Grupo Odebrecht), a empresa trata o esgoto da região onde está inserida e produz até mil litros de água de reúso por segundo. A água fornecida é destinada a fins como resfriamento de caldeiras, descargas e limpeza de áreas comuns das industrias.

Com esta iniciativa, são economizados cerca de 2,58 bilhões de litros de água potável por mês, volume capaz de abastecer 350 mil pessoas neste período.

Trata-se de um exemplo de negócio rentável que surgiu da necessidade que a sociedade tem de gerir melhor os recursos hídricos. A atual seca que estamos vivendo escancarou a importância da água para o cotidiano da população, mas não podemos esquecer que água é, além de essencial para a vida, um item básico para a manutenção da atividade econômica.

Esta consciência, que vemos aportar agora no senso comum, já está instalada na filosofia de grandes empresas há muito tempo. Talvez estas, pela consciência que tem, devessem investir mais para disseminar este pensamento.

A maioria das grandes industrias trata seus efluentes líquidos e reaproveita o recurso hídrico tratado na própria atividade. Há casos em que o lodo resultante deste tratamento é também reaproveitado. Não é preciso pesquisar muito para encontrar estas iniciativas. Uma rápida busca na internet pode te apresentar a inúmeras ações que já são desenvolvidas e comprovadamente eficazes.

Exemplos como o da Aquapolo provam que a crise hídrica não é “culpa dos céus”. Há sim ações que podem e devem ser desenvolvidas e fomentadas pelo poder público, empresas e população.

Estejamos atentos a elas!

Aquapolo – http://www.aquapolo.com.br/

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