Posted June 2, 2016
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by Ludmila Almeida
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CPI da compensação ambiental discute uso de telhados e paredes verdes como compensação
A reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Compensação Ambiental promoveu hoje (2) debate com membros da sociedade civil organizada com o objetivo de compreender e expor a visão que os especialistas e adotantes têm sobre a efetividade ou a falha dos mecanismos de compensação na ampliação de cobertura vegetal da cidade.
Para a Dra. Thais Mauad, professora da faculdade de Medicina da USP, a compensação atualmente feita é equivocada. Ela usou como exemplo a plantação saturada de mudas em praças públicas: “nas praças já existem árvores, não é necessário. As compensações deveriam ser feitas nas calçadas, mas as empresas não o fazem porque dá trabalho e as chances das mudas vingarem são menores, devido ao vandalismo e outros fatores”, disse.
Outro ponto colocado em xeque é o uso dos telhados e muros verdes como compensação. A nova tendência ambiental mundial é vista como saída para conciliar o crescimento urbano com necessidade de áreas verdes nas grandes cidades. Ricardo Cardim, biólogo, considera a medida eficaz, porém, expõe que seria necessário um grande investimento, já que o custo de implantação de uma parede verde gira em torno de R$ 300 mil e exige uma manutenção cuidadosa.
“Quando se coloca uma parede verde com biomassa para substituir uma arvore adulta, a quantidade de folhas nessa parede é proporcional ao que encontraríamos na copa. São Paulo deveria ter Leis que influenciassem de forma clara a criação de telhados e paredes verdes”, disse. Por outro lado, para o Dr. Danilo Bifone, Presidente do Muda Mooca, mesmo com a correta manutenção, a técnica jamais substituiria os serviços prestados pelas árvores: “Telhado verde não mitiga o aumento de calor, esteticamente é lindo, mas em termos de compensação é insignificante”, argumentou.
Já Claudia Visoni, jornalista e ativista, aprofundou ainda mais a questão ao criticar a falta de transparência do manejo arbóreo na cidade. Para ela, é preciso facilitar o acesso a essas informações: “É muito difícil ler Diário Oficial todos os dias. Deve haver uma plataforma que facilite o acesso e a participação da sociedade”, concluiu.
Criar uma Legislação simplificada e transparente que supra a carência de cuidado das áreas verdes da cidade é a base motivadora da CPI, que continuará promovendo diálogo entre as parte envolvidas de forma a encontrar uma resolução.