Ricardo Young comenta a falta de comprometimento de Haddad

Pequeno Expediente
O vereador Ricardo Young (Rede) falou hoje (1º) no plenário sobre uma matéria veiculada pela Folha de São Paulo, em que o prefeito Fernando Haddad deu declarações culpando a terceiros pelo não cumprimento das metas de seu governo.
 
A lista de responsabilizados vai desde o movimento Passe Livre, até o governo federal. “O fato é que o prefeito não está assumindo a responsabilidade pelo fracasso do seu governo”, disse.
 
Confira a íntegra de sua fala:
 
“A minha fala hoje é motivada por uma reportagem do jornalista Leandro Machado, publicada na Folha de S. Paulo sob o titulo: “Sem cumprir promessas, Haddad só elege culpados de fora de sua gestão”. Eu gostaria de fazer essa fala para demonstrar as armadilhas da politica. O Haddad na sua campanha apareceu na televisão como um super-homem, prometendo que iria fazer mundo e fundos em função de ser do mesmo partido da presidente da República na época, e garantir recursos para a cidade.
 
Bom, estamos perto do final do seu mandato e das 55 mil moradias prometidas, só entregará 8,6 mil. Dos 150 km de corredores de ônibus prometidos, entregará 34 km apenas. Das 253 creches prometidas, entregará apenas 38%. Das 43 UBS (Unidades Básicas de Saúde), entregará apenas 8%. Dos 20 CEUs, temos apenas um e mais oito em construção. Além da parceria pública-privada para melhorar a iluminação pública e economizar para os cofres públicos milhões que está no TCM (Tribunal de Contas do Município).
 
Quando perguntado do por que seu governo não vem atingindo as metas, Haddad conseguiu culpar a Justiça por exercer a justiça. Conseguiu culpar o Tribunal de Contas por exercer o seu papel de fiscalização dos editais e das licitações. O Movimento Passe Livre por ter conseguido a gratuidade das passagens, a Câmara por ter passado uma lei de isenção das tarifas de ônibus para idosos e assim por diante. No final, ele diz: “Temos que ter humildade de dialogar, mas não era possível prever o que aconteceria em junho de 2013 e depois das eleições presidenciais”. Responde e enumera de novo os culpados de fora de sua gestão.
 
Se ele atribui o fracasso de sua gestão ao governo federal, então ele esta pré-anunciando que se o governo federal for de outro partido, que não o seu, ele não terá condições de continuar a governar, portanto se candidatar a reeleição. Ou já está pré-anunciando que a sua opositora e adversaria candidata Marta Suplicy, cujo o partido está no governo hoje, terá mais condições do que ele de governar. O fato é que o prefeito não só não está assumindo a responsabilidade pelo fracasso do seu governo, como também falta com a verdade quando diz que não podia prever que isso fosse acontecer.
 
Em 2012, no capítulo dos riscos fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentarias, aprovada nessa Casa, havia o seguinte texto:
 
“Os riscos fiscais são concentrados na possibilidade de ocorrência de eventos que venham impactar negativamente as contas publicas e consequentemente as metas fiscais estabelecidas em lei. Dentre os riscos destaca-se os relacionados passivos contingentes e a decorrência de alterações no cenário macroeconômico”. Prestem atenção, nesse mesmo texto está que: “finalmente cabe ressaltar que alguns recentes eventos, como a queda de consumo por conta de endividamento da produção industrial verificada nos últimos 12 meses, sinalizando contração da atividade econômica e intensifica as incertezas relacionadas ao crescimento econômico e local para o presente exercício”. Dessa forma, o que se deslumbra no momento é o cenário frágil, exigindo da administração mais prudência na gestão fiscal, financeira e patrimonial da Prefeitura de São Paulo. Portanto ele foi avisado pela gestão anterior que as condições financeiras do município estavam extremamente fragilizadas. Agora três anos e meio depois não adianta tentar culpar os outros por uma responsabilidade que é só sua e da sua gestão.”

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