“Por que o discurso do golpe é golpista?”, Ricardo Young desconstrói o discurso de golpe, defendido pelo PT

“Por que o discurso do golpe é golpista?”, Ricardo Young desconstrói o discurso de golpe, defendido pelo PT

Crise
 
A narrativa tendenciosa do golpe, escrita pelo PT e seus aliados, foi tema da fala de Ricardo Young hoje (24) no plenário.
Ele destacou como é antidemocrático o intuito de colocar a população contra as instituições e descredibilizar seu funcionamento.
 
Ricardo reforçou ainda a defesa da teses de que apenas novas eleições podem colocar o país no rumo certo. “Vamos para com essa brincadeira de chamar o processo de impeachment de golpe e parar de achar que o Temer é a salvação da pátria. É hora de começarmos pensar seriamente em eleições diretas para Presidente da República”, disse.
 
Confira a íntegra de sua fala.
 
“O PT tem uma criatividade imensa quando começa a mudar o vocabulário político e acusar processos democráticos de golpe. Um ato decidido com maioria absoluta de um Congresso, democraticamente instalado, acompanhado pela imprensa aberta, com livres manifestações de todos, que afasta uma presidente legitimamente eleita e que continua com suas prerrogativas vigentes enquanto é julgada pelo Senado, não pode ser chamado de golpe!
 
Inclusive toda opinião publica internacional tem rechaçado essa tentativa de chamar de golpe o que é incompetência. Um governo que quebra o país como o governo Dilma quebrou, um governo que endivida o país em bilhões de dólares, liquida milhões de empregos, compromete famílias inteiras e não entrega o que prometeu, tem a coragem de dizer que o processo democrático é golpe? Golpe é negar o processo democrático! Negar que existe uma democracia e quando aquele que foi eleito pelo povo não está a altura e nem em condições de cumprir com as obrigações com o país, é afastado.
 
Então a criatividade do PT é impressionante e o pior é que chega a influenciar jovens crédulos, que acham que efetivamente que o que aconteceu é golpe. Então o processo de impeachment devidamente acompanhado pelo Supremo, levado a cabo pelo Congresso independentemente daquele presidente que também foi afastado, não é golpe. São as instituições funcionando!
 
Respeitem a Constituição e a democracia. Isso não significa que a continuidade do presidente em exercício, o Temer, é alguma coisa boa para o país, porque o Temer fazia parte da mesma chapa da presidente Dilma. E agora nós corremos o risco de um presidente em exercício, apoiado pelo Congresso, que já encaminhou o impeachment, possa durante esse exercício subverter a Constituição. E o país precisa estar atento, porque esse presidente pode suprimir através do congresso direitos legítimos conquistados pela sociedade. Mas é o jogo democrático. Temos que estar atentos, como fizemos ontem e o ex-ministro Romero Jucá foi obrigado a renunciar, por ter prevaricado, ter mentido e conspirado.
 
É assim que as instituições funcionam. Se os homens não estão à altura das responsabilidades que assumiram perante o pais, que caiam mesmo! Inclusive a presidente Dilma, que ainda tem condições de voltar se o Senado não a considerar culpada. Então golpe é vocês ficarem alimentando a inverdade, é ficarem insistindo nessa inverdade, como se o Brasil fosse acreditar nisso.
 
Eu acredito e já falei nessa tribuna varias vezes, que nós precisamos repactuar a politica nesse país. Nós precisamos caminhar para o julgamento da ação pela cassação da chapa Dilma e Temer e termos uma nova eleição para presidente da república. Temos que repactuar e a única forma é limparmos tudo isso que está ocorrendo até aqui e podermos escolher novamente pessoas que estão à altura das responsabilidades do país.
 
Vamos para com essa brincadeira de chamar o processo de impeachment de golpe e parar de achar que o Temer é a salvação da pátria, porque nem a Dilma salvará a pátria, muito pelo contrario. E o Temer já esta demonstrando que o seu ministério esta comprometido. Então é hora de começarmos pensar seriamente em eleições diretas para presidente da republica.”
 
A fala causou reações da bancada governista. Alguns parlamentares foram à tribuna defender a narrativa do golpe. Ricardo respondeu reafirmando sua convicção de que precisamos de novas eleições:
 
“Por que eu acho que essa tese do PT que houve golpe é perigosa? Porque concorde-se ou não com o que aconteceu, com a forma que o Congresso Nacional se manifestou, com a defesa que foi feita do impeachment da promotoria feita do advogado Miguel Reale pedindo impeachment e com o encaminhamento do Supremo, o fato é que as instituições funcionaram. Quando o PT diz que houve golpe, e ainda sofistica dizendo que foi golpe parlamentar, o PT questiona todas as instituições do país, o Congresso, o Supremo, a imprensa livre, a manifestação de legítimos setores da sociedade que estavam pedindo o impeachment.
 
Então só existe democracia onde o PT reina? Por que fora do reinado do PT é golpe? Ora eu entendo que não. Entendo que nós vivemos em uma democracia, nela há alternância de poder e muitas vezes há disputa, justamente por causa disso as instituições precisam funcionar. Quando o PT tenta tornar ilegítimo um processo democrático legitimo, ele está pregando o golpe. Porque prega que haja uma insurreição contra as instituições. Convoca o país a ilegitimar o Congresso, a questionar a legitimidade do Supremo e a da Lava Jato, porque a Lava Jato é do judiciário e tem tido do Supremo todo o suporte necessário. Então o PT manipula quando usa a palavra golpe.
 
Eu aceitaria se o PT dissesse: ‘Fracassamos. A chapa Dilma-Temer fracassou e levou o Brasil a situação que se encontra. Não tivemos competência em governar e o Temer também não tem, porque é outra face da mesma moeda. É hora de renunciarmos, porque não estamos a altura da expectativa e da confiança que o país depositou em nós. E vamos sim usar nossas instituições para convocar novas eleições e deixar que o povo soberanamente decida se nós erramos’.
 
Eu concordaria com isso e aplaudiria se o PT tivesse humildade de reconhecer que errou e convocasse as instituições para corrigir o erro, mas o que o PT faz? Prefere dizer que as instituições democráticas são golpistas e eles que quebraram o país estão do lado da democracia? Nós não podemos cair nessa armadilha. Não é um discurso democrático que o PT e seus aliados usam. E dizer que o impeachment foi encaminhado apenas pelos setores burgueses da sociedade é mentira, e mesmo que fosse, a burguesia faz tão parte da sociedade quanto os trabalhadores, a classe média e os movimentos sociais fazem. Então vamos criar um armistício politico aqui, que é o seguinte: o governo fracassou, todos os envolvidos fracassaram PT, PMDB e a base de apoio do governo Dilma. O que é melhor para o país agora? Dentro da democracia, qual é a concordância que podemos ter entre forças politicas, para que possamos ter uma saída honrosa e boa para o país? Certamente não é o governo provisório do Temer. Então qual é a saída dentro do campo democrático? Essas acusações não levam a uma saída, e é por isso que eu lamento.”

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