Hoje no Plenário: “Não se constrói saída para conflitos em cima da violência”
A polêmica Uber X Táxis continua gerando muita tensão na cidade de São Paulo.
Os frequentes atos de violência sofridos por motoristas e passageiros da empresa de ‘caronas pagas’ estão estampando as páginas dos jornais.
O vereador Ricardo Young falou hoje (2) sobre o tema, na primeira sessão plenária do ano. Ele chamou à responsabilidade os dirigentes de sindicatos e políticos que estão incitando esta violência e, por consequência, colocando a população paulistana contra a categoria dos taxistas.
Confira a íntegra da fala do vereador:
“Este ano será carregado de muitas discussões importantes, que tendem a ser eclipsadas pela campanha eleitoral e pelo interesse que todos os vereadores tem de se eleger legitimamente.
Mas eu gostaria de chamar a atenção dos senhores para a questão dos taxistas em São Paulo. Nós temos visto cada vez mais referências a ações violentas dos taxistas contra motoristas da Uber.
Isso é bastante preocupante. O segmento dos taxistas é um segmento pacífico, que preta serviços fundamentais à cidade de São Paulo. Eles não estariam fazendo o que estão fazendo, se não fossem incitados pelo políticos, pelos sindicatos e muitas pessoas que não tem interesse em ver a mudança da situação do transporte individual na cidade de São Paulo.
Os taxistas vieram negociar várias vezes e em diversos momentos foi dito aos taxistas que não negociassem. Aos taxistas foram apresentadas várias possibilidades na Comissão de Transportes, criamos o Grupo de Estudos, oferecemos alternativas como o PL 416/2015 e o PL do vereador Salomão, que foi aprovado pelo prefeito.
Estamos caminhando para construir um novo sistema de transporte individual em São Paulo, moderno, contemporâneo, em sintonia com o que há de mais avançado no mundo, e o taxistas só terão a ganhar na medida em que avançarmos nesta regulamentação. Os aplicativos vieram para não retornar. A Uber terá que ser regulamentada, como de fato está sendo.
Eu falei aqui em diversas ocasiões que os taxistas não se enganassem, não pensassem que agindo corporativamente iriam atingir seus objetivos, porque o prefeito seria obrigado pela população, pelo consumidor, pelo usuário do serviço de transporte individual a regulamentar a Uber.
Dito e feito. É isso que está acontecendo. E nós temos que construir a partir desta tensão e não levarmos os taxistas a essa situação de violência. Olha o que está acontecendo! A população está se colocando contra os taxistas. Em reportagem da Folha de S. Paulo esta semana uma usuária de táxi disse que nunca mais vai pegar um táxi. Os taxistas estão começando a ser hostilizados pela população, porque a população começou a se sentir insegura em relação aos taxistas.
Por obra dos taxistas? Não! Por obra dos dirigentes dos sindicatos de táxi. Por obra de políticos que ficam incitando a violência. Chega!
Não se constrói saída para conflitos em cima da violência. Eu acho que mais uma vez a história está nos mostrando que é o caminho da negociação, o caminho da construção inteligente de saídas alternativas, que vai mostrar a solução do transporte individual em São Paulo.
Então colegas, eu peço a atenção especial de vocês. Nós estamos em uma escalada de conflito na cidade e esta Câmara pode ajudar muito a impedir que o pior aconteça”.