Braços abertos: uma primeira visita
– Opa, pegou um suco pra gente! Obrigado!
– Sentem, pega essa cadeira. Eu pego outra pra mim. – Fábio estava disposto a adiar seu almoço para receber bem o vereador e sua equipe no Bom Prato da região da cracolândia.
– Vim saber o que vocês estão achando do programa da prefeitura. E aí, como está?
– Tá muito bom, é muito bom. Mas tirar a gente da rua é fácil, vereador. Difícil é tirar a rua da gente.
Fábio não sabe dizer ao certo quanto tempo passou nas ruas da chamada cracolândia, no Centro de São Paulo. Na manhã dessa terça-feira, ele vestiu seu uniforme e varreu as calçadas onde antes vivia; enquanto o vereador Ricardo Young visitava as hospedagens e os locais de atendimento dos cadastrados pela Operação Braços Abertos.
O mandato de Young acompanha a situação da cracolândia desde o início da legislatura, através do GT Vulnerabilidade Social – um grupo de trabalho formado pela assessoria do mandato, membros da sociedade civil, empresas e ONGs. Na sessão plenária seguinte, nessa quarta-feira, o vereador elogiou a iniciativa e chamou atenção para a necessidade de contemplar a segurança pública entre as medidas do programa.
“Percebi, com alegria, que a Operação Braços Abertos está sendo percebida pelos usuários, dependentes e residentes daquela região como uma boa iniciativa. No entanto, estamos muito longe da solução, pois a Cracolândia é um gueto na cidade de São Paulo. É um território dentro de um território, com leis próprias, cruéis e selvagens. O crime e o tráfico continuam ocorrendo e o acobertamento da corrupção continua existindo. Portanto, dependendo dos resultados apresentados nos próximos seis meses, devemos trabalhar para prorrogar e aperfeiçoar o programa”, defendeu Young.